O sal que agora é depositado em grandes armazéns da Cooperativa, era antigamente colocado nas cerca de cem casinhas de madeira existentes nas Salinas, totalmente construídas em madeira, inclusive as fechaduras e respectivas chaves, para evitar a corrosão do sal. Também em tempos passados, algumas destas casas serviam de tabernas, por onde passavam os salineiros depois do trabalho. Aqui surgiram as chamadas réguas de escrita, feitas em madeira, que ainda hoje podem ser vistas nas Marinhas de Sal. Cada uma delas representava a conta de um freguês, onde o taberneiro colocava, através de sinais, a despesa que o cliente ia fazendo ao longo da safra e os pagamentos efectuados. “Por exemplo, se o cliente bebesse um copo de vinho, o taberneiro desenhava um tracinho na régua. Um litro de vinho correspondia a uma bolinha e meio litro a uma bola com uma cruzinha ao meio. Era assim que as pessoas se guiavam”, explica Casimiro Fróis. O pagamento era sempre feito em sal.
Hoje em dia, as casinhas de madeira são, na sua maioria, residências de férias e locais de comércio, onde podemos encontrar várias peças de artesanato e um dos mais típicos produtos das Marinhas: os famosos queijinhos de sal, assim designados devido ao seu formato. Explica Casimiro Ferreira que o sal não é para comer à fatias. “É para substituir os galheteiros que estão nas mesas. No lugar deles, põe-se o queijo de sal num pratinho e depois, com uma faca, raspa-se e coloca-se na comida”.
Carla pinto
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