terça-feira, 16 de março de 2010

Ocupaçao antropica e problemas de ordenaçao

Os fenómenos geológicos ocorrem na Terra desde a sua formação. Mesmo os acontecimentos mais destrutivos, como os sismos e as erupções vulcânicas fazem parte do normal funcionamento do nosso planeta. Com o crescimento da população humana, grandes áreas da superfície terrestre foram ocupadas. A ocupação desordenada agrava os riscos naturais e impõe a necessidade de um ordenamento eficaz do território.


Situações comuns de Risco Geomorfológico.
  • Bacias Hidrográficas - erosão fluvial, cheias, exploração de inertes
  • Zonas Costeiras - erosão costeira, elevada pressão urbanística
  • Zonas de Vertente - erosão hídricadas das vertentes, movimentos de massa

As bacias hidrográficas, as zonas costeiras e as zonas de vertente constituem situações de risco geológico, nas quais uma intervenção qualificada e a adopção de medidas eficazes de ordenamento do território podem contribuir para prevenir acidentes e reduzir perdas materiais e humanas.

Os rios incluem-se em redes hidrográficas e bacias hidrográficas. A rede hidrográfica é o conjunto de todos os cursos de água, normalmente confluentes, de uma determinada região.

Uma bacia hidrográfica é a área drenada por uma determinada rede hidrográfica

A actividade geológica de um rio compreende os seguintes processos:

Erosão - remoção de materiais resultantes da alteração das rochas do leito do rio e das margens.

A erosão fluvial actua fundamentalmente através de três processos:
  • corrosão (ou abrasão fluvial), ou seja a acção mecânica que o material transportado (calhaus, cascalhes, areias, etc), exerce sobre o leito do rio;
  • corrosão, ou acção de dissolução da água sobre certos minerais das rochas do leito;
  • força hidráulica, ou acção mecânica da própria água, em particular nas concavidades do leito, em diáclases e em outras direcções de fragilidade das rochas.
Os processos que ocorrem ao longo do rio envolvem, além do desgaste, ou usura das rochas, a remoção dos seus fragmentos. O rio vai, deste modo, escavando e alargando o vale onde corre. Os materiais são transportados mediante mecanismos variados: ou simplesmente arrastados; ou rolando sobre o fundo do leito; ou em suspensão no seio da água; ou em solução, etc. Em relação com este tema é importante referir o conceito de competência de um rio, o qual tem interesse prático nas questões ligadas, por exemplo, com os problemas das cheias e da deposição dos materiais removidos; esta deposição dá origem aos aluviões fluviais. A velocidade de um curso de água depende, como é de prever, de vários factores: declive (ou gradiente) do leito; forma e configuração das vertentes do vale fluvial; volume de água; quantidade de sedimentos ou seja a «carga» que o rio arrasta.



Transporte - deslocamento, pela corrente de água, dos detritos rochosos removidos por erosão. A carga de um rio é constituída por materiais dissolvidos, materiais em suspensão e materiais que sofrem tracção no fundo. A tracção pode fazer-se por arrastamento, rolamento ou saltação dos materiais.

Pelas suas características dinâmicas, o regime fluvial proporciona selecção granulométrica dos sedimentos que transporta. De muito grosseiros, a montante, os detritos vão sendo sucessivamente mais finos para jusante.

A dimensão dos detritos condiciona o grau de arredondamento, no sentido de quanto maiores forem os detritos, mais rapidamente estes se arredondam.

Um outro tipo de acção realizada no decurso da erosão e do transporte é a selecção mineralógica, que consiste na concentração relativa das espécies minerais mais resistentes (mais duras, mais estáveis e menos frágeis) à media que as restantes se vão destruindo pelo caminho, porque se desgastam mais rapidamente, porque se alteram quimicamente, ou porque se fracturam e deixam triturar.

Sedimentação - deposição dos materiais, quando diminui a capacidade de transporte de um rio. A sedimentação é influenciada pelas dimensões e peso dos detritos e pela velocidade da corrente.

As cheias são fenómenos naturais provocados por precipitação intensa de curta duração, por precipitação muito prolongada ou por fusão de gelo. Durante uma cheia, o excesso de água faz aumentar o caudal dos rios e provoca o extravasamento das águas e a inundação das margens. As cheias têm um grande impacto, quando há ocupação antrópica do leito de cheia. A prevenção de danos materiais e humanos causados pelas cheias pode ser conseguida através das seguintes medidas:
  • regulamentação da construção em leitos de cheia e da sua ocupação por outras actividades humanas;
  • adopção de sistemas de regularização dos cursos de água, como a construção de barragens e de canalizações.
A construção de barragens permite regular o caudal dos rios, o qual varia de acordo com as condições climáticas. A retenção de água na albufeira evita inundações a jusante. As barragens permitem ainda outras utilizações da água, como a produção de energia hidroeléctrica, o abastecimento das populações, as actividades de recreio ou a irrigação de terrenos agrícolas. No entanto, estão associados às barragens os seguintes impactes negativos:

a. retenção de sedimentos a montante da barragem, com redução da carga sólida debitada pelos rios no mar;

b. destruição ou desequilíbrio dos ecossistemas da zona, pela inundação de áreas anteriormente emersas, e interferência com as migrações de peixes.

c. Associada à acumulação de sedimentos nos rios, como consequência da construção de barragens, floresce a actividade de extracção de inertes. Esta actividade pode ter as seguintes consequências:
a. desaparecimento de praias fluviais;
b. descalçamento de pilares de pontes, podendo originar a sua queda;
c. alterações das correntes;
d. redução na quantidade de sedimentos que chegam ao mar.



Mário Freitas Nº:18 Tª: 11ºG



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